Atividades comerciais podem favorecer reprodução de escorpiões

Vigilância Ambiental desenvolveu georreferenciamento com todos os registros de acidentes

15 de janeiro de 2019

A Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância Ambiental, está desenvolvendo uma série de ações para combater os escorpiões em Rio Preto. Uma das estratégias implementadas foi a realização do georreferenciamento, ou seja, o apontamento em mapa de todos os registros de acidentes. Com essa ferramenta, a equipe da Vigilância apontou que o aumento da disseminação de escorpiões pode estar relacionado a determinadas atividades comerciais.

“Pelas ouvidorias nós percebemos que ferros velhos ou empresas que trabalham com caixarias e transportes podem ser locais onde o escorpião encontra melhores condições para se reproduzir”, explicou Abner Alves, gerente da Vigilância Ambiental.

O georreferenciamento foi desenvolvido a partir das ouvidorias e vistorias de agentes de saúde. Em outra etapa, a Vigilância correlacionou a ferramenta com mais de sete mil empresas. “Estamos fazendo o levantamento das áreas quentes, ou seja, áreas com maior incidência de acidentes, depois iremos verificar quais empresas estão dentro dessas áreas para realizarmos as vistorias”, completou.

Para fazer as vistorias, a Vigilância Ambiental está formando equipes com agentes de saúde e de endemia para trabalhar exclusivamente no combate ao escorpião nessas empresas. “Estamos trabalhando com um conjunto de ações que visam à diminuição do número de acidentes. O escorpião é um animal que se adaptou à cidade e tem características que facilitam a sua reprodução, como a falta de predadores naturais e a capacidade de se autorreproduzir. A população também deve cuidar da casa para evitar o aparecimento desses animais”, afirmou Abner.

Em 2017, o município registrou 384 acidentes com escorpiões, e em 2018, 555. Não houve óbito em ambos os períodos. Além da ação do poder público, a Vigilância destaca que é essencial manter limpos os ambientes internos e externos das residências, sem folhas, entulhos e materiais inservíveis, e tapar ralos e frestas nas paredes. Ao manusear jardins, deve-se utilizar luvas e botas.

Projeto-piloto
O projeto-piloto de combate aos escorpiões, iniciado em agosto de 2018, está em fase final de execução. Os resultados devem ser apresentados em fevereiro. Na primeira etapa, os agentes de saúde e estudantes de biologia da Unirp percorreram as residências e terrenos dos bairros Vila Flora e Parque Industrial para buscar os escorpiões e aplicar questionários aos moradores. A ação ocorreu no período noturno, considerando os hábitos desses animais.

Na segunda etapa, um inseticida (Lambda Cialotrina) foi aplicado em 50 galerias de esgoto das ruas da Vila Flora. A aplicação foi feita por empresa terceirizada com recursos do Semae.

Nos meses seguintes, os agentes de saúde continuaram com o trabalho de captura noturno. O objetivo é comparar o nível de infestação nas duas áreas após a aplicação do produto para verificar sua eficácia. Caso os resultados sejam positivos, o projeto poderá se estender para outras áreas da cidade.