Em 8º em número de idosos, Rio Preto tem ações de proteção durante pandemia

Um estudo com as 100 maiores cidades brasileiras, realizado pela consultoria de gestão Macroplan, coloca São José do Rio Preto em oitavo lugar entre os municípios com mais idosos. O objetivo do estudo é contribuir com dados objetivos para a reflexão e atuação diante da pandemia causada pelo novo coronavírus. A idade avançada é um dos fatores de risco para a doença provocada pelo agente infeccioso, a covid-19.

De acordo com o levantamento, 15,4% da população rio-pretense tem 60 anos ou mais. As pessoas acima de 80 anos representam 2,2% da população da cidade. Com base nestes índices e em projeções do IBGE, é possível estimar que a cidade tenha entre 60 mil e 70 mil pessoas acima de 60 anos.

A fim de proteger a população idosa, o poder público municipal implementou medidas coordenadas pela secretaria de Saúde, em parceria com a Assistência Social e o Conselho Municipal do Idoso (CMDI). Os locais de maior atenção, nesse contexto, são as 42 Instituições de Longa Permanência do Idoso (ILPI) de Rio Preto, quatro delas filantrópicas que atendem em parceira com a Prefeitura, por meio da Secretaria de Assistência Social: Lar dos Idosos (Schmitt), Lar de Betânia, Lar Esperança e Lar São Vicente de Paulo.

A Saúde montou equipes de atenção básica que estão realizando o monitoramento sistemático da saúde dos residentes e dos funcionários destes locais. Nas instituições particulares, o trabalho é realizado em parceria com a faculdade Faceres.

As visitas estão suspensas, para a segurança dos residentes. As instituições têm autonomia para oferecer serviços como videochamadas para que os idosos tenham contato mais significativo com a família. Os funcionários trabalham com equipamentos de proteção e são afastados imediatamente do trabalho caso apresentem qualquer sintoma da doença.

A partir de uma verificação da Vigilância Epidemiológica, foram realizados ajustes para garantir o distanciamento de pelo menos 1,5 metro entre os residentes. Há ainda outras orientações, como a higienização constante de ambientes e superfícies de contato, como interruptores e controles remotos. Foram instituídos protocolos de segurança para entrega de produtos e atividades externas foram suspensas, sendo mantidas apenas as consultas médicas imprescindíveis.

O poder público municipal também implementou medidas para a proteção da população idosa de maneira geral, além dos residentes nas ILPIs. Entre as medidas estão:
– Suspensão de todas as atividades em grupo voltadas ao público desta faixa etária, como os eventos realizados no programa Longevidade Ativa e aulas da Secretaria de Esportes e Lazer direcionadas aos grupos da Melhor Idade.
– Imunização prioritária de idosos contra a gripe, segundo calendário da campanha nacional, inclusive daqueles residentes em ILPIs. Além disso, foram disponibilizados temporariamente três pontos de vacinação por drive thru, exclusivo para pessoas acima de 60 anos, que receberam a dose sem precisar descer do carro. Com mais de 60 mil idosos imunizados, a meta de cobertura vacinal foi superada nesta faixa etária, chegando a 106%.
– Reorganização das rotinas de assistência farmacêutica, com distribuição de medicamentos para idosos com doenças crônicas em escolas municipais, para que eles não tenham contato com o público das unidades básicas de saúde. As doses foram organizadas para que a quantidade de retiradas fosse reduzida.
– Kits de medicamentos estão sendo entregues em domicílio para pacientes maiores de 70 anos pelo Departamento de Assistência Farmacêutica e Departamento de Atenção Básica.
– Prorrogação do prazo de validade por 90 dias de receitas para os medicamentos: clonazepam, diazepam, nitrazepam, ácido valpróico, amitriptilina, biperideno, carbamazepina, carbonato de lítio, clomipramina, clorpromazina, fenitoina, fenobarbital, fluoxetina, haloperidol, imiprimina, nortriptilina, sertralina.
– Atendimento de rotina suspensos nas unidades básicas de saúde, inclusive para idosos, a não ser em casos prioritários e imprescindíveis.
– Suspensão da gratuidade de transporte urbano para idosos a partir de 65 anos, nos horários de pico (5h às 8h e das 16h30 às 19h30).

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso (CMDI) Antônio Caldeira, afirma que o cenário requer cuidados: “Estamos acompanhando participando das discussões, e incentivando as medidas, bem como as iniciativas de distanciamento para toda a população, pois há uma grande preocupação do impacto dessa doença na população idosa.”

O levantamento realizado pela Macroplan traz ainda dados sobre outro fator que eleva o risco de complicações em casos de covid-19: as doenças crônicas, como hipertensão, AVC, diabetes, insuficiência renal, doença pulmonar, asma e doença no coração. Nesta área, o estudo coloca Rio Preto na posição número 52 entre as cidades com maior índice de morte por doenças crônicas não transmissíveis. A estimativa tem dados do DataSus 2017 e coloca Rio Preto com uma taxa de 299,9 óbitos a cada grupo de 100 mil habitantes, entre pessoas de 30 a 69 anos, ocasionados doenças deste tipo.