Morre Hitler Fett, a voz do rádio esportivo

Um dos principais radialistas do interior paulista será enterrado hoje

15 de abril de 2019

Morreu hoje às 8 horas da manhã o radialista esportivo Hitler Fett, um dos mais brilhantes comentaristas e narradores de esportes do interior paulista, referência no rádio pela excelência do seu trabalho. Suas transmissões eram límpidas, imperdíveis, pela clareza, exatidão e vigor que imprimia à narração. O velório está ocorrendo no Cemitério Jardim da Paz desde as 12h30, com enterro marcado para as 16h30, no mesmo cemitério.

Doente há alguns anos, Hitler morreu de insuficiência respiratória, aos 81 anos. Deixou os filhos Agnes (geneticista do Hospital de Base), Carlos Alex (escritor e consultor de empresas), Anne (serviços administrativos) e Fernando (prestação de serviços), além de quatro netos. Foi casado com Meire Carabeli e Lenir Braga.

“Era um pai que se orgulhava dos filhos. Deixou-nos exemplos de lealdade, gratidão, seriedade, dedicação ao trabalho, valores tão importantes para o futuro de qualquer cidadão. Era um trabalhador incansável,” disse o filho Carlos Fett.

Gênio forte, vozeirão inconfundível, Hitler (também conhecido por Tite) começou no rádio aos 23 anos e só parou há 10 anos, totalizando mais de cinco décadas de bons serviços. “Rio Preto perde um dos seus maiores cronistas esportivos. Hitler Fett nos deixou hoje. Escreveu uma bela história como jornalista e narrador esportivo, vencedor do Troféu Gandula em 1978,” afirmou o prefeito Edinho Araújo, que conheceu de perto e admirou a carreira de Hitler.

Rádio era sua paixão. Trabalhou em todas as emissoras de Rio Preto: PRB-8, Difusora, Centro América, Independência, Metropólis, enfim todas as de frequência AM da cidade. Apresentava informativos, programas musicais, foi rádio-ator, repórter de campo, comentarista, apresentador de programa, locutor comercial, chefe de departamento de esportes e locutor esportivo. Escreveu coluna de esportes em todos os jornais da cidade.

Outra paixão: o América Futebol Clube, que subia e descia de divisão, mudava de estádio, apresentava resultados pífios, mas ainda mexia muito com o coração dos rio-pretenses.
“O talento de Hitler para gritar um gol e explicar os diabólicos meandros de uma partida de futebol valeu-lhe muitos prêmios, entre eles, o Troféu Gandula (que ele lustra todo dia, com respeito) como o melhor narrador esportivo do interior do Estado em 1978. E ainda uma praça de esportes com seu nome. “ (in 50 anos de História de Nossa Gente – Diário da Região – 2000).

Hitler nasceu no Distrito de Engenheiro Schmitt, no dia 6 de maio de 1937. O pai, descendente de alemães, deu-lhe um nome que era um torpedo na época. Não era admiração pelo fürher alemão, mas porque um primo dera esse nome ao filho e ele achava bonito e sonoro. Mas num período em que trabalhou na rádio Bandeirantes, seu nome foi modificado para ‘Hiler’, para não desagradar um anunciante judeu.

“Rio Preto, especialmente o jornalismo, perdeu um de seus mais importantes profissionais, o amigo Hitler Fett, o narrador dos momentos de glória do futebol rio-pretense. Era um apaixonado por Rio Preto, pelo esporte e pelo América. Minha geração jamais esquecerá suas grandes narrações, cheias de energia, de vida, de coração. Outros tempos,” escreveu o jornalista Adib Muanis Júnior, filho e sobrinho de três figuras máximas do radicalismo do interior, os irmãos Rubens, Adib e César Muanis.

Rio Preto perde um dos seus maiores cronistas esportivos. Hitlher Fett nos deixou hoje. Escreveu uma bela história como jornalista e narrador esportivo, vencedor do Troféu Gandula em 1978.