Nova estratégia: Banco de Leite consegue manter estoque em tempo de coronavírus

Serviço mantém atendimento essencial e também esclarece dúvidas sobre aleitamento materno e Covid-19

20 de abril de 2020
Banco de Leite Humano faz busca ativa de doadoras para manter estoque e atender demanda

Todo mundo sabe que a principal recomendação para enfrentar a pandemia e se proteger do coronavírus é ficar em casa. Essa mudança de comportamento, com o isolamento físico e a redução da dinâmica social, poderia, numa consequência lógica, afetar as captações no Banco de Leito Humano de Rio Preto.

No entanto, uma nova estratégia vendo sendo aplicada para manter a média do estoque de 120 litros de leito por mês, suficiente para atender os bebês que dependem essencialmente do alimento – sem perder de vista que a meta desejada é de 180lts/mês.

“Nós temos a relação de mães que tiveram bebês nas maternidades que atendem SUS em Rio Preto, Santa Casa e Hospital da Criança e Maternidade. Uma profissional do Banco de Leite entra em contato com elas para verificar como está o processo de amamentação. Uma vez estando tudo bem, havendo excedente de leite, a lactante é convidada a ser doadora”, explica a enfermeira Priscila Teodoro, gerente do serviço.

A lactante é orientada por telefone sobre como proceder com massagem, extração e armazenamento do produto. Ela recebe potes para acondicionar o leite, que é recolhido semanalmente, em domicílio, por profissional do Banco devidamente paramentado para evitar qualquer tipo de contaminação, inclusive por coronavírus.

O leite é fornecido aos hospitais Austa, Beneficência Portuguesa, Santa Casa e Hospital da Criança para atender os recém-nascidos internados nas UTIs neonatais.

“Caso a mulher que está amamentando tenha alguma dificuldade, nós também realizamos atendimento presencial, individualizado e por agendamento”, completa Teodoro.

O telefone do Banco de Leite Humano de Rio Preto é o 3214-3422. A sede do serviço fica na av. dos Estudantes, 1.886, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, e aos sábados, das 8h às 13h.

Amamentação e Covid-19

Ainda no contexto da Covid-19, Teodoro salienta que não há qualquer evidência científica relacionando infecção por coronavírus via aleitamento materno, secreção no parto ou líquido amniótico.

“É, inclusive, importante destacar que mães em boa saúde devem manter o aleitamento, já que o leite materno é o único que contém anticorpos para proteção do bebê”, destaca.

A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano da Fiocruz recomenda que:

– A amamentação seja mantida em caso de infecção pelo Covid-19, desde que a mãe deseje amamentar e esteja em condições clínicas adequadas para fazê-lo;

– A mãe infectada seja orientada para observar as medidas apresentadas a seguir, com o propósito de reduzir o risco de transmissão do vírus através de gotículas respiratórias durante o contato com a criança, incluindo a amamentação:

1. Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos antes de tocar o bebê ou antes de retirar o leite materno (extração manual ou na bomba extratora);

2. Usar máscara facial (cobrindo completamente nariz e boca) durante as mamadas e evitar falar ou tossir durante a amamentação;

3. A máscara deve ser imediatamente trocada em caso de tosse ou espirro ou a cada nova mamada;

4. Em caso de opção pela extração do leite, devem ser observadas as orientações disponíveis neste documento;

5. Seguir rigorosamente as recomendações para limpeza das bombas de extração de leite após cada uso;

6. Deve-se considerar a possibilidade de solicitar a ajuda de alguém que esteja saudável para oferecer o leite materno em copinho, xícara ou colher ao bebê;

7. É necessário que a pessoa que vá oferecer ao bebê aprenda a fazer isso com a ajuda de um profissional de saúde.

Marcella Moreira