Prefeitura e Acirp vão conscientizar comerciantes do Centro

Queixas são contra moradores de rua que atrapalham o comércio

14 de janeiro de 2019

F. é uma mulher de 64 anos, moradora de rua desde jovem, que abandonou a família porque não gosta de viver fechada. Tem filhos. Seu ponto é numa rua da Rodoviária, onde ela fica expondo uma ferida no corpo e junta ao seu redor outros colegas que tomam conta da calçada, abordam transeuntes e pedem esmola. Ela não é atendida pelas equipes da Secretaria de Assistência Social (Semas) porque não quer atendimento, nem voltar para casa. Há um mês, precisou ser levada pela Semas a uma UPA porque a ferida estava crítica, com vazamento. De lá, foi encaminhada ao Hospital de Base e operada, com previsão de dois meses de hospitalização.

Já o ex-morador de rua M., que sempre procurou abrigo no Centro de Atendimento Madre Teresa de Calcutá, aceitou a abordagem, o tratamento, a profissionalização e tudo o mais que lhe foi oferecido para sua recuperação. Arrumou emprego, consertou a vida e hoje seus dois filhos frequentam escola particular.

Esses casos estão entre as centenas de situações que são atendidas pelas técnicas da Semas e da Secretaria de Saúde, para administrar os 780 moradores de rua.

Mas os trabalhos avançam. A Acirp (Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto) está liderando uma força-tarefa com apoio da Prefeitura através das secretarias de Assistência Social, Saúde e Desenvolvimento Econômico para atender essas pessoas em situação de rua. Nesta segunda-feira, às 15h, reuniram-na Acirp a diretoria de Ação Social (diretor Thiago Fontana), presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes Paulo Silva, o secretário de Desenvolvimento Econômico Jorge Luis de Souza, Gabriela Cardoso (Grupo do Comércio da Acirp), representantes da Saúde, Assistência Social e Guarda Municipal.

A ideia é conscientizar os comerciantes das ruas do Centro a não dar comida pronta aos pedintes, e sim encaminhá-los para atendimento da Assistência Social e instituições parceiras de atendimento a esse público.

Ligado a uma igreja evangélica, o Viamor oferece refeição e atendimento a pessoas em situação de rua.

“Ninguém vai passar fome, nem ficar sem atendimento da Prefeitura, mas sim será encaminhado para outros locais adequados para recebê-los”, disse o secretário Jorge.
Montar uma força-tarefa é o próximo passo. “Temos que começar pelas entidades que trabalham com a causa e apoiá-las,” disse o diretor Thiago Fontana.

Para o próximo dia 24, quinta-feira, está marcada uma reunião com o tema ‘Conscientização sobre os Moradores de Rua’ com empresários do comércio e serviços da região central. Será às 19 horas, na Acirp da rua Silva Jardim.