Secretaria confirma fim da epidemia de dengue

Agora, número de casos volta ao esperado para este período do ano

16 de julho de 2019
Rio Preto confirma 116 casos de dengue em 2018

Após o pico de 40.646 notificações e 31.274 casos confirmados de dengue, com 14 mortes, Rio Preto assiste a uma redução nas notificações e confirmações, o que levou a Secretaria de Saúde a anunciar, nesta segunda-feira, o fim da epidemia no município. Mesmo no período mais crítico, o índice de mortalidade registrado, de 0,04%, ficou abaixo do aceitável, que é de 0,1%, graças às ações preventivas adotadas pela secretaria.

“A epidemia chegou ao fim. Voltamos ao período de endemia, o que significa que os casos de dengue não vão acabar, mas voltar ao que se espera em anos sem epidemia”, afirmou o secretário da Saúde, Aldenis Borim.

De acordo com Borim, a epidemia, que foi a maior da história de Rio Preto, teve como fatores a circulação do sorotipo 2 da dengue, considerado mais agressivo, a falta de imunidade da população e o clima quente e chuvoso, que favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti. “Normalmente, esse clima vai de março até a primeira quinzena de maio, mas, neste ano, foi de fevereiro a julho”, explicou.

Prevenção
O secretário destacou a organização da secretaria para o combate à dengue e o tratamento dos pacientes. “Nossa autocrítica mostra que, ao prever a epidemia, a secretaria se organizou para enfrentá-la”, afirmou. E citou, por exemplo, a criação do Centro de Hidratação, que atendeu pacientes com dengue moderada. O local permaneceu aberto de 18 de fevereiro a 31 de maio, e realizou 6.570 atendimentos.

Outra medida, voltada aos casos graves, com necessidade de internação, a pasta fez convênio com a Santa Casa, HB e AME e ampliou os leitos específicos para casos mais graves. Foram 1.200 pacientes internados e monitorados pela secretaria.

As unidades básicas de saúde também se adequaram para atender pacientes, sem haver a necessidade de enviá-los para as unidades de pronto atendimento. A secretaria ainda capacitou 800 profissionais em janeiro e fevereiro, tanto da rede pública quanto da privada, para a atenção correta à dengue.

Pela Vigilância Ambiental, a secretaria destacou a parceria com as secretarias de Meio Ambiente e de Serviços Gerais para limpezas públicas, com vistoria em 88 imóveis abandonados e a retirada de 64 toneladas de materiais inservíveis. Cerca de 500 pneus foram retirados das ruas.
O secretário destacou ainda a participação dos agentes de saúde, que participaram de mutirão aos sábados, visitando cerca de 500 mil imóveis.

Como resultado, o índice de infestação do mosquito (I.P) foi reduzido de 3,7% em janeiro para 1,8% em abril. O novo levantamento já está sendo realizado.

“O número de casos foi maior do que esperávamos, já que não podíamos prever o fator do clima. Porém, ao prevermos a epidemia, pudemos agir e reduzir seus efeitos. Não fossem essas ações, a crise epidêmica teria sido mais grave. Gostaria de agradecer a toda a sociedade pelo auxílio nessas ações”, finalizou o secretário.

Boletins
Com o fim da epidemia, os boletins da dengue serão mensais a partir de agosto. O próximo boletim será divulgado no dia 31 de julho.

Letícia Greco