Defesa Civil de Rio Preto apresenta Plano de Contingência de Proteção
Objetivo do Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil é a preparação e resposta a desastres no município, estabelecendo os procedimentos a serem adotados pelas instituições envolvidas em cada um dos cenários de risco identificados no estudo
A prefeitura de Rio Preto, por meio da Defesa Civil apresentou oficialmente hoje, às 10h, na sede da instituição, o Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil do município. O plano é faz parte das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização Mundial de Saúde), ao qual Rio Preto é signatário, e também do projeto “Construindo Cidades Resilientes”.
“Estamos trabalhando sempre para que Rio Preto saia na frente e, hoje, com a entrega oficial deste documento, nos tornamos a segunda cidade do estado de São Paulo a ter um plano de gerenciamento concreto de crise”, afirma o coronel Carlos Lamin, coordenador da Defesa Civil.
O plano
O objetivo do Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil é a preparação e resposta a desastres no município, estabelecendo os procedimentos a serem adotados pelas instituições envolvidas em cada um dos cenários de risco identificado no estudo. Os cenários foram classificados por intensidade.
Todo o material foi elaborado com base na Codificação Brasileira de Desastres e demorou 10 meses para ficar pronto. Várias instituições se envolveram no processo, como a própria Prefeitura, Secretaria de Habitação, Secretaria de Obras, Secretaria de Serviços Gerais, Secretaria de Saúde, Semae (Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto), Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual e empresas privadas dos ramos de combustíveis e logística.
Veja na íntegra o Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil
Cenários
Foram identificados dez cenários de risco, os quais receberam classificação entre “médio” e “muito alto”. Confira:
1- Avenida Bady Bassitt (Risco médio)
Apesar dos vários investimentos para sanar os problemas de alagamento no local, quando o volume de chuva é muito grande, a avenida ainda entrou na classificação por causa do um ponto de escoamento inadequado de água, nas proximidades da rodovia Washington Luís. A prefeitura, por meio das secretarias de Serviços Gerais e de Obras, já colocou equipes para solucionar o problema.
2- Rodovia BR -153 (Risco médio)
Levou-se em consideração o risco de acidentes com derramamento de produtos químicos, como combustível, por exemplo, que podem gerar explosão, incêndio, intoxicação e contaminação de pessoas por meio do ambiente, principalmente pela proximidade com a Represa, que é uma das fontes de abastecimento de água da cidade. A ação escolhida para evitar todos os possíveis desastres foi instalação de câmeras monitoradas a cada dois quilômetros na rodovia pela concessionária Triunfo e pela Polícia Rodoviária Federal.
3- Rodovia Washington Luís (Risco médio)
Neste caso, o risco é de acidentes envolvendo os viadutos e pontes, de derramamento de produtos tóxicos e de atropelamentos, principalmente em áreas que há o fluxo de pedestres. O entroncamento da pista sentido Mirassol com a BR-153 também foi levado em consideração. As polícias rodoviárias Federal e Estadual fazem o patrulhamento preventivo e painéis informativos ao longo de toda extensão.
4- Represa (Risco Médio)
Além da proximidade com a rodovia BR-153, a Represa também é bem próxima da linha férrea. Agentes de transmissores de doenças, como o carrapato, encontram ali um habitat apropriado e, por isso, a Defesa Civil classificou a área com intensidade média. O monitoramento da água já é realizado com coleta diária e sistemas de plantão do Semae.
5- Aeroporto (Risco médio)
O local foi incluído na lista de cenários de risco por estar rodeado de casas, comércios, escolas e indústrias, entre outras construções. O Daesp já tem implantado um sistema de salvamento e combate a incêndios, juntamente a um plano de segurança.
6- Favela Brejo Alegre (Risco muito alto)
A área está localizada ao lado da linha férrea, com barracos de madeira, considerado material de alta combustão. Há também riscos de desabamento e incêndios, principalmente por ligações elétricas clandestinas. Essas foram variáveis importantes na decisão de incluir a área na lista dos cenários de risco. Outro ponto que colocou a favela nesta classificação foi a falta de saneamento básico, o que causa o risco de doenças infecciosas, virais, bacterianas e parasíticas. A Secretaria de Habitação, em conjunto de outras secretarias, faz a fiscalização para que não haja construção de novos barracos.
7- Favela da Vila Itália (Risco muito alto)
Também está localizada próxima à linha férrea, com habitações precárias, risco de incêndio, ligações elétricas clandestinas e sem saneamento básico. A contenção de construção de novas moradias e monitoramento também foi a ação escolhida pelas secretarias responsáveis.
8- Epidemias e arboviroses (Risco muito alto)
O plano engloba as doenças infecciosas virais, como dengue, chikungunya e zika. Para estes problemas, a prefeitura vem trabalhando em várias vertentes, mas a principal escolha do plano de contingência é a fiscalização por drones nos locais que não são apropriados para descarte de lixo.
9- Linha Férrea (Risco muito alto)
A linha férrea corta a cidade e várias composições transitam o dia inteiro, transportando gasolina, óleo vegetal, etanol e grãos. A proximidade com as casas em alguns pontos da cidade e passagens em nível foram detalhes que fizeram com que ela recebesse a classificação elevada. A Rumo Logística, empresa que detém os direitos de tráfego sobre a linha férrea, já tem plano de emergência. Além disso, há o monitoramento constante do alarme sonoro (buzina) perto das passagens em nível. Há também dispositivo de frenagem nos vagões de tanques em caso de descarrilamento e um conjunto de contratrilhos em pontos sensíveis para evitar que o vagão descarrilado saia da área ferroviária, além de detectores de descarrilamento em pontos estratégicos.
10- Base de distribuição de combustível (Risco muito alto)
Foi identificado o risco de incêndio e explosão, como ocorreu em 2008. Também não há espaço suficiente na base para que os caminhões de combustível estacionem, nas ruas do Parque Industrial, o que traz riscos aos moradores da região. O risco de contaminação do córrego Piedade e a possibilidade de vazamento e derramamento também é um ponto sensível. Como ação, há alarmes nos tanques para evitar transbordamento e avaliações constantes. Existe ainda plano de contingência adotado pela Ipiranga Produtos de Petróleo.
Assinatura
Todos os responsáveis que fazem parte do plano, de alguma forma, como secretários e representantes das instituições envolvidas no estudo e o prefeito assinaram o documento, que agora fica disponível.
“A apresentação deste Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil é muito importante porque, por meio dele, conseguimos organizar a cidade com mais tranquilidade e eficácia. Com ele, dividimos a responsabilidade com todos, no sentido de a cidade se tornar cada vez mais resiliente”, afirma o prefeito Edinho Araújo.