Educação recebe a visita de uma das autoras do LEGO Braille Bricks

Lego promove o aprendizado do Sistema Braille de forma lúdica e criativa durante a alfabetização

19 de setembro de 2023
Ika Fleury, presidente executiva do Programa Lego Braille Bricks, durante atividade pedagógica

Desde outubro de 2021, a Secretaria Municipal de Educação (SME) – por meio das parcerias com a Fundação Dorina Nowill para Cegos e com o Centro de Promoção para a Inclusão Digital, Escolar e Social (CPIDES) da UNESP -, oferece aos alunos cegos e com deficiência visual o recurso LEGO Braille Bricks (LBB).

Por causa do trabalho realizado pelo núcleo de Atendimento Educacional Especializado (AEE) da SME, na semana passada, quinta-feira, 14, Ika Fleury, uma das autoras e responsáveis pelo desenvolvimento do Lego Braille Bricks (recurso pedagógico para crianças com deficiência visual), esteve presente na Escola Municipal Prof. Ezequiel Ramos, na praça Carlos Gomes, no bairro Boa Vista em Rio Preto.

Ika Fleury teve dois bons motivos para vir de São Paulo até Rio Preto. Primeiro foi conhecer a escola onde o seu marido e ex-governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, estudou na infância e, em segundo lugar, veio pelo compromisso profissional, que foi acompanhar as ações desenvolvidas pelo núcleo do AEE da secretaria.

No encontro, a educadora Ika Fleury pôde ver de perto como funciona a atividade pedagógica realizada com o aluno cego Felipe Soares de Freitas, de 7 anos de idade e que estuda no 2º ano do Ensino Fundamental. Ela viu como o lego é usado na prática em sala de aula e fez várias colocações numa produtiva troca de ideias.

Durante a visita ela foi recepcionada pelo prefeito Edinho Araújo, pela secretária de Educação Fabiana Zanquetta, a gerente da Educação Especial da SME Carla Cristina Job, pela Daniela Honório e pelas professoras Maria Fernanda Rui e Anelisa Zola Peres Veraldi do AEE.

Atualmente existem matriculados na rede municipal de ensino 10 alunos cegos e 18 com deficiência visual ou baixa visão. As crianças cegas aprendem a ler e a escrever pelo Sistema Braille. Algumas têm apenas percepção de luz. Já as crianças com baixa visão usam o resíduo visual para sua aprendizagem e utilizam textos com caracteres ampliados e, em alguns casos, recursos ópticos como por exemplo, lentes especiais.

O Programa Lego Braille Bricks Brasil é uma iniciativa globalmente inovadora cujo principal objetivo é promover o aprendizado do Sistema Braille de forma lúdica, criativa e inclusiva durante o processo de pré-alfabetização e alfabetização de crianças com deficiência visual a partir de 4 anos.

O kit é composto por um conjunto de peças Lego, três pranchas, um separador e um manual de uso. Produzidas em material colorido, seguro e durável, as peças estão sinalizadas com letras, números e símbolos básicos de aritmética representados na escrita convencional e no Sistema Braille, o que as torna acessíveis aos estudantes com ou sem deficiência visual.

Além do tamanho adequado, os símbolos em braille têm representação tátil, relevo perceptível e obedecem ao modelo original da cela braille. A utilização do material poderá variar de acordo com a criatividade do professor e do estudante, tendo em vista sempre o conhecimento dos símbolos, a formação de palavras e frases e a montagem de objetos.

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) foi ampliado de 38 professores para 50 educadores para os Núcleos de Atendimento Educacional Especializado (NAEE) e facilitadores no Centro de Desenvolvimento do Potencial e Talento (CEDET).

Atualmente existem 45 salas de recursos multifuncionais, uma em cada escola de ensino fundamental, equipadas com jogos, computadores e mobiliário adaptado. Os alunos com algum tipo de deficiência que são atendidos pelos professores do AEE, cada um com a particularidade que sua necessidade apresenta, com padrões de aprendizagem individuais, que frequentam as salas regulares de ensino e no contraturno recebem o atendimento especializado nas salas de recursos.

Texto: Cristiano Furquim/Secretaria de Educação