Patrulha Maria da Penha aborda violência doméstica em escola

Ação faz parte da programação do Agosto Lilás, mês de orientação e conscientização às mulheres

14 de agosto de 2023
Integrantes da Patrulha Maria da Penha falam com crianças na EM Profa. Regina Mallouk
Integrantes da Patrulha Maria da Penha falam com crianças na EM Profa. Regina Mallouk

Contar a história da farmacêutica brasileira Maria da Penha Maia Fernandes, reconhecida ativista dos direitos das mulheres, e, com isso, levar informação e reflexão sobre violência doméstica a crianças de várias faixas etárias. Esse foi o objetivo da apresentação feita pela Patrulha Maria da Penha na Escola Municipal Professora Regina Mallouk, na Estância Santa Clara, na manhã desta segunda-feira (14).

A ação faz parte da programação do Agosto Lilás, mês de orientação e conscientização em relação à violência contra a mulher promovido pela Secretaria da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial de Rio Preto. As ações miram tanto as vítimas quanto os profissionais que atuam na rede de enfrentamento. Estão previstas palestras em escolas, empresas e instituições, oficinas no Centro POP e o 1º Simpósio Regional de Enfrentamento da Violência contra a Mulher.

Na escola Professora Regina Mallouk, para os alunos mais novos, os elementos lúdicos estão mais presentes. Conforme a faixa etária aumenta, a linguagem é readequada e os elementos mais infantis dão lugar a reflexões e debate. Uma música coreografada é apresentada para melhor fixação do número de telefone da Patrulha Maria da Penha, o 153.

“Essa apresentação surgiu após demanda de uma escola. Acho muito importante, porque estamos lidando com a prevenção. É um projeto para fazer com que meninas e meninos entendam o contexto da violência que pode acontecer no ambiente familiar deles e, no futuro, se tornem mulheres e homens em relações saudáveis”, afirma a guarda civil municipal Fábia Suaide, uma das coordenadoras da Patrulha.

Escuta

Para a diretora da unidade escolar, Andrea Daniele Rodrigues, esses momentos são importantes, principalmente por causa da orientação e da escuta. “Abre espaço para que algumas crianças exponham o que passam em casa e consideram normal. Às vezes, a mãe não enxerga a violência e acaba transmitindo para a crianças e isso entra na rotina. Esse tipo de vivência mostra que a violência não pode ser naturalizada”, diz. A gestora ainda destaca o papel de multiplicador dos alunos.

“Precisamos falar com a mãe e a avó sobre isso, para proteger. Que homem não pode bater em mulher”, diz Eloah Vitória da Silva Gênova, 10 anos, aluna do 5º ano. “Gostei muito da palestra, saber sobre a violência doméstica”, complementa a amiga Isabelly Queiroz Goda, 10 anos, também do 5º ano.

A secretária Maria Cristina de Godoi Augusto participou da atividade e interagiu com as crianças. “Falar sobre violência doméstica dentro do ambiente escolar é uma forma de prevenir, porque acho que temos de começar pelos pequenos, para que sejam multiplicadores dos nossos serviços e quais números acionar em busca de ajuda.”

Patrulha

A Patrulha Maria da Penha de Rio Preto, serviço prestado pela Guarda Civil Municipal (GCM), completou três anos em 2023. O grupo foi criado para atuar no atendimento, acompanhamento e proteção de mulheres vítimas de violência doméstica e atua em parceria com outros órgãos como Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial.

No primeiro semestre deste ano, a patrulha atendeu 670 mulheres, as quais visitava, no mínimo, uma vez por mês. Além do acompanhamento das mulheres que têm medidas protetivas contra agressores, é possível acionar a Patrulha emergencialmente pelo telefone 153.

Texto: Bianca Zaniratto/Secretaria de Comunicação
Fotos: Ivan Feitosa/Pref. Rio Preto