Secretaria da Mulher prepara palestra de Combate ao Racismo

21 de março é o dia internacional de combate ao racismo

15 de março de 2019

A Prefeitura de Rio Preto, por meio da Secretaria Municipal de Direitos e Políticas para Mulheres, Pessoa com Deficiência, Raça e Etnia, vai realizar evento alusivo à data com a palestra “Desigualdade não é bom para ninguém”, ministrada pelo professor e escritor Vladimir Miguel Rodrigues.

Será no dia 21 de março, quinta-feira, às 9h30, no auditório Juan Bérgua, andar térreo da Prefeitura, na avenida Alberto Andaló, 3030.

Sobre a data

Vinte e um de março é o Dia Internacional de Combate ao Racismo. Nessa data, diversos movimentos contra a opressão tomam as ruas e denunciam o racismo ainda vigente no Brasil e no mundo. Estão previstas mobilizações de norte a sul do país. A data 21 de março foi instituída pela ONU como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial em memória do Massacre de Shaperville.

Em 21 de março de 1960, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular. Isso aconteceu na cidade de Joanesburgo, na África do Sul. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou contra a multidão, com um saldo de violência de 69 mortos e 186 feridos.

A Convenção Internacional para a Eliminação de todas as Normas de Discriminação Racial da ONU, ratificada pelo Brasil, diz que: “Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e/ou exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida”.

Essa luta repercutiu no mundo todo abrindo um volume de lutas raciais nos Estados Unidos da América pelos direitos dos negros e negras, servindo de exemplo para todos nós, com as leis de direitos civis e ações afirmativas, que proporcionaram mobilidade do negro nas instituições e um fortalecimento do movimento negro,  sindical, popular e estudantil nos anos 60, 70 e 80 no mundo todo. De onde surgiram vários ícones como MalconX, Luter King e os Panteras Negras, os quais são referências para as massas negras que  lutam até hoje nos  Estados Unidos pela anistia e liberdade de Múmia Abjamal (ex-Pantera Pegra).

A partir do triste episódio de Shaperville, ocorreram alguns avanços para algumas conquistas da população negra trabalhadora pelo mundo. Entretanto,  refluíram muito à medida que os governos neoliberais  e de frente popular na América Latina foram se consolidando pela repressão às lutas dos trabalhadores e estudantes e aos povos originários.